quinta-feira, 21 de maio de 2009

E-mail é o maior 'cabo eleitoral' da campanha de Obama

terça-feira, 19 de maio de 2009, 17h42 - TI Inside

Testar antes de usar; passar uma mensagem por vez com clareza; lembrar com que está se comunicando; contar uma história – as pessoas gostam de falar com outras pessoas. Essas foram algumas dicas simples passadas pelo diretor de tecnologia do Partido Democrata dos EUA e fundador da agência de inteligência digital Blue State, Ben Self, durante uma palestra nesta terça-feira, 19, para convidados da AG2 Agência Digital, que completou dez anos no mercado e está promovendo um reposicionamento de marca, reforçando o conceito de ser uma agência "webnative".

Apesar de todas de ferramentas usadas pela vitoriosa campanha de Barack Obama (hot site, comunidades on line, vídeos no You Tube, aplicações para celulares, telemarketing, etc.) o e-mail foi a principal ferramenta para conseguir o engajamento dos eleitores e doações que somaram cifras impressionantes.

Dos US$ 770 milhões arrecadados, cerca de US$ 550 milhões foram através da internet, segundo Self. Um e-mail pedindo doação de US$ 5 aos eleitores resultou na participação de 3,2 milhões de pessoas. Dois terços da arrecadação de campanha foi por e-mail. "Mesmo com essa pequena quantia, os eleitores se sentem investidores, participam, acompanham, incentivam outras pessoas e se sentem responsáveis pela campanha", explicou.

Falando para um público corporativo, Self ressaltou que a estratégia pode ser usada em outras campanhas ou pelas empresas. Para ele, a comunicação via e-mail deve ser feita regularmente, ser relevante e o autor ser autêntico e transparente, pois a pessoas gostam de ler e-mails interessantes e não comunicação formal (press release). Como exemplo, ele citou o e-mail de agradecimento aos doadores, onde um bilhete de próprio punho foi enviado de forma digitalizada aos eleitores.

O investimento na plataforma tecnológica da campanha de Barack Obama foi feito no período de 2007 a 2009, mas Self não revelou o montante. Nela trabalharam cerca de cem especialistas em mídia e tecnologia. "Mas a campanha não pode ser só on-line, mas também off-line, porém com uma mensagem única", completou.

A empresa de Self agora trabalha apenas para a Organização das Américas, que atua na área de legislação política. Também fechou um contrato nas eleições da República Dominicana, mostrando que a campanha pela internet pode ser levada a outros países.

Lei eleitoral

Aproveitando o contexto, o presidente da AG2, César Paz, ressaltou que a resolução 22718, artigo 1º, da lei eleitoral, só permite campanha na página do candidato. "Se isso fosse no ano 2000 seria suportável, mas essa regulamentação é de 2008, após o surgimento do YouTube, do Twitter, não tem sentido."

"Decidimos que era preciso dividir com nossos convidados a experiência de uma das pessoas mais respeitadas do mundo quando o assunto é tendência de novas mídias", completou Paz.

Ele observa que a atuação de Ben Self na estratégia de Barack Obama é case internacional da utilização da internet em campanhas políticas e "certamente tem total sintonia com o nosso conceito webnative". "Precisamos ouvir quem desenvolveu essa revolução em termos de campanha política", finalizou o presidente da AG2.

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